Era início dos anos 90 e eu adolescente, me sentia muito adulto
nesses dias.
Havia muita expectativa: Será que vou beijar alguém? Será
que vou ser barrado por ser menor?
O tempo na discoteca passava rápido: Som alto, muita dança e
por vezes bebida. Todos pareciam muito felizes. Ali não havia espaço para choro
nem para tristeza.
Dentro de mim entretanto havia um sentimento esquisito.
Quanto mais tarde ia ficando, mais eu via as minhas expectativas se frustando.
Como vou estar quando sair daqui? Será que a partir de hoje minha vida
vai mudar? E ver que tudo ia voltar a ser igual me gerava uma tristeza imensa...
A intensidade com que tudo acontecia quase sempre me fazia
cair em uma D.P.N.: Depressão Pós Noitada.
Existe uma grande semelhança entre a descrição bíblica do que
é o paraíso e a discoteca. Lá não vai haver
nem choro, tristeza. Porém, tudo se fará novo!
Existe estabilidade na experiência com Deus, o que
não há na discoteca. Deus é fiel, e isso não muda. Independe de como a noite
termina!
O que vivi na discoteca é uma parte ínfima e distorcida do
que Deus tem pra nós.
Será que no céu vai ter discoteca?